Da Minha Fúria
Em mim guardo a fúria. Não é uma fúria desmedida, pois tantas vezes compactua com a gentileza dos outros e me permite beber da mesma fonte das virtudes que nos são boas e praticar gestos sublimes como o amor, o carinho, a compaixão, a caridade. É uma fúria que cresce como fogo, toma meu ser e reage. Ela não vem por arrogância, ela vem como um escudo contra agressões que vem contra mim.
Esta fúria não é ódio, não é raiva, ela é apenas cólera que se manifesta através da minha rigidez e afasta os males que me podem ser dirigidos. Se duvidam da minha capacidade, ela vem através de minha garganta e utiliza do sarcasmo e da expressão de meus feitos para mostrar que sim, eu sou capaz. Se duvidam da minha inteligência, ela junta-se à ironia e manifesta meus conhecimentos para derrubar o zombador. Se duvidam da minha força, ela queima meus olhos em severidade e torna meu semblante feroz. Se duvidam do que eu posso fazer, ela incendeia mostrando que posso mais do que jamais imaginaram.
Tantas vezes, por conhecer, ela parece arrogância, pedantismo, descontrole. Mas ela é só uma reação. Se contrariam aquilo que acredito e sei que esta certo, ela protege contra as duvidas. Ela me protege contra as críticas destrutivas e contra os odes fracassados, ela me protege contra as mentiras que tentam levantar e o veneno que destilam.
Não sou cruel, sou como um todo gentil... Mas se precisar utilizar da severidade para não me permitir cair, da fúria para desferir golpes contra os que me golpeiam, da cólera para gritar contra aqueles que gritam contra mim... Então eu me levantarei em chamas e continuarei marchando, pois não me permitirei cair, não me permitirei fraquejar... Não me permitirei contrariar ou mudar minhas convicções frente a ideias ridículas e argumentos pífios, não me permitirei desistir pelo medo de não dar certo... E se ser duro feito uma rocha é o caminho, então eu serei uma muralha andando.