Passeio Onírico
FARAON.. FARAON.. FARAON..
Borboletas amarelas transcendem meu espírito, trazendo à tona sons, cores e sabores ímpares, realizando a fusão perfeita entre o Canto do Uirapuru e o Guisado da Vovó.
Corvos negros emergem de minhas sombras, roubando-me de mim com suas asas escuras que reluzem tal qual o ébano à luz noturna da Lua, fonte de inspiração para os amantes.
Corujas alvas sobrevoam minh'alma e, enquanto piam, agarram-na fortemente, levando-a a um passeio forçado em direção ao Carvalho de Odin, no centro do mais recluso bosque, onde todas as minhas perguntas serão respondidas.
Das sombras surge o Xamã, mestre de todas as Artes e Verdades, indagando-me, questionando-me, fazendo-me encarar tudo o que temo e anseio na mesma face de moedas diferentes.
O silêncio grita em minha face, gotas de gelo descem queimando pelo meu corpo e o Mestre continua a sondar meu ser. De meu interior começa a nascer algo maior, transcendental, que, ao mesmo tempo que me pertence, me é estranho.
A aura cândida que emite aumenta vagarosamente enquanto me dou conta do fio prateado que nos une, umbigo a umbigo, emoção a emoção. É o ápice da viagem, e logo vislumbro o Portal para os Desígnios Univers..
A projeção anímica se encerra e eu me vejo de volta, em meu quarto, na coberta, a vela quase apagada. Levanto, bebo água e volto.
Preciso saber o que não sei. Preciso querer o que ainda não quero. Preciso voltar a Onyria.