TRIGO DA MINHA INSANIDADE

Fidelíssimos meus princípios

Coloquei-os em um bauzinho

Jacarandá e pinho

Achacado, sem moribundo lastro

Guardei no céu a chave

A suprimir minhas verdades.

Da cor do cetro ao mastro

Alegria ou tranqüilidade

Tristeza sem dor, barco sem remo

[matando aos goles, como cachaça parda].

Fiz do sol, insulto

Da clave, armadilha

Enforquei letras e usuras

Acolhi-as em botelha estúpida

Sem rolha nem folha.

Pensei ter na raiz persistente

O estolão, razão de minha identidade

Pouco sabiam os zeros

A verde aposta do futuro incerto...

Era oca, parva, infiel e louca.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 31/05/2007
Reeditado em 17/11/2008
Código do texto: T508571
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