TRIGO DA MINHA INSANIDADE
Fidelíssimos meus princípios
Coloquei-os em um bauzinho
Jacarandá e pinho
Achacado, sem moribundo lastro
Guardei no céu a chave
A suprimir minhas verdades.
Da cor do cetro ao mastro
Alegria ou tranqüilidade
Tristeza sem dor, barco sem remo
[matando aos goles, como cachaça parda].
Fiz do sol, insulto
Da clave, armadilha
Enforquei letras e usuras
Acolhi-as em botelha estúpida
Sem rolha nem folha.
Pensei ter na raiz persistente
O estolão, razão de minha identidade
Pouco sabiam os zeros
A verde aposta do futuro incerto...
Era oca, parva, infiel e louca.