Um ano, um sonho...

Números

Até que ponto eles determinam o nosso destino?

Será mossa trajetória de existência dependente deles?

Da divisão em períodos do passar do tempo?

Serão as evoluções dos astros significativas para marcar os períodos?

Quem sabe sejam o marco do que passamos a entender como virtualidade

Já que estamos presos nas limitações de nossas percepções

Será que não agimos apenas para cumprir as predeterminações?

Através de costumes repetimos e repetimos inquestionavelmente?

Que tão discreta e lenta como a mudança dos últimos dígitos

Mudamos para a versão seguinte, passado o período mestre do ano?

Em que essa mudança influi?

E quando os números são apenas símbolos sem a mudança?

E quando festejamos a zero melhoria?

Não é questão de pessimismo

Este existe ou não independente dos números

Talvez projetemos nossas ansiedades nas manifestações coletivas

Elas se revigoram em meio à euforia de expectativas

Como numa auto-alimentação

Uma plantinha frágil no estrume das esperanças

Lágrimas de expurgos dos desapegos forçados

Com data marcada

Festiva como um ritual primitivo

Colorida como uma alegoria de sentimentos

Tendo os números como estandarte

E os simbolismos como base folclórica

Num sincretismo exótico de ciência e religião

De números e fé

Nessa salada cítrico-salgado-doce que nos impregnamos

Da cabeça até o pé