À FLOR DA PELE




Que faço eu da minha alma à flor da pele, em todas as coisas, em todas as coisas, desta que a qualquer toque de breve brisa se põe a chorar... Que faço eu que, permanecendo a mesma, sinto-me quase à beira de uma outra, de uma quase a recém-nascer, de uma quase a se por a engatinhar...  Que faço eu, esta senhora que de tanto morrer não sabe o que faz com o ser nela que, de repente, deseja o pouco que lhe possa de ainda vida caber, o pouco que lhe  seja possível, ainda de vida, viver... Defenda-me, razão, eu peço, mas, minha razão, exausta de si, só quer dormir um pouco...  só quer descansar um pouco... descansar um pouco de mim...