Canção a Deusa
Deusa dos campos estrelados
Em noites claras do teu luar.
Bela Deusa das matas,
Dos campos, rios e cascatas
Cante, dance, sorria e me encante.
A ti entrego minha doce infante
Com translúcido e juvenil semblante
Banhado de esperas e iluminadas eras
Em meio a tantas caminhadas
Vivas e alegremente revividas.
De olhos fechados diante de ti,
Peço com extrema humildade que
Conserve sempre a minha esquerda, o arco,
Para que flechas ligeiras cortem os ventos
Levando para longe todos os lamentos.
Traga dos céus, rasgando os véus
O silencio do vento que canta nas liras, e,
Mantenha a minha direita a espada
Brilhando no espaço cósmico, firmando o
Traço de minha longínqua morada.
Semeie em meus sonhos teus campos
Revele-me, nem vento nem ventania, mas
Na brisa suave traga o sopro da natureza
E no dormitar do teu acalanto
Aquiete meu repouso sem agonia.
Inunde estes momentos com infinita delicadeza,
E com tua realeza, fortaleça o propósito traçado.
Que tua lux seja sempre minha guia,
Que o sabor da vida seja em cálice prateado oferecido
E que em tempo algum eu de ti me afaste.
Que assim seja!
Que assim se faça!