O que é o amor?
E o que é o amor? -É um juntar-se.
Mas como juntar-se? -Ora, é algo daqueles que se juntam e chamam como tal.
Mas como aqueles dizem? -Me refiro aos que algum dia se juntaram.
Só isso? - Sim, só isso.
Mas porque chamam de amor o juntar-se? - É porque o contrário nem se conhece.
Como não se conhecem? -É porque o conhecer, nos homens, vem da sensação dos olhos, pele, cheiro e tudo que os sentidos no conhecer o um, o ser, o igual, o outro, se junta.
E os que não se juntaram, pelos sentidos? -Ahh! Esses não chamam de amor.
Porque? -Ora bolas, é porque o amor é o "juntar-se".
Mas é só isso? - Sim, é só isso.
Mas porque chamam de amor o juntar-se, e porque complicam tanto?
-Ora, coisas de poetas.
Poetas? Como? Quando? -Coisas do mundo ocidental quando viaja.
Ocidente? -Sim filho, coisas da linguagem.
Porque linguagem? Ora, nada de mais, sequencia de etimologias.
Então o amor é só o juntar-se? - Sim, ademais, juntavam céu e terra na confecção dos seres, assim significava.
Isto é linguagem? - Sim, esse é Hesíodo, alguma referência.
Então o amor era o juntar-se, -Sim, mas depois, os registros apontam para a busca.
Busca! Como? -Coisas da filosofia.
Filosofia? A rainhas dos porque(s)? - Sim, a rainha da busca.
Então amor é uma busca? -Sim, segundo a ideia, sim.
Ideia? de que? -Do divino, que separou homens de um lado e o belo em si do outro.
É sério? -Sim.
Ah Então vou pesquisar outra coisa. -Porque?
Ora, porque já que o amor é um juntar-se, preciso juntar minha cabeça e pesquisar o que significa o "a", depois o m, depois o o, e quem sabe quando acabar, já que estou em regresso, volto a contemplar o silêncio, sem definir. Quero diminuir a bagunça na minha cabeça. Muitas letras, muita confusão, enquanto a emoção? só ganha reta no muro de cabeças que a repetem, imprecisas quase sempre, e presas em ideias que a definem e a empobrecem. Pronto! Decidi. Vou fazer outra coisa.
-Boa sorte então! Obrigado.