CONTRADIÇÕES PISCIANAS
Ao mesmo tempo em que eu anseio
O silêncio contido na intensa meditação
Vou à procura da agitação escandalosa
E exacerbada das multidões delirantes
Ao sentir a proximidade da luz natalina
Sonhando um tempo de amor e de paz
Imagino explosivo e vibrante réveillon
Saudando alegrias instantâneas e fugazes
Quando aspiro pelo silêncio dos mosteiros
E pelas vozes veladas dos cantos gregorianos
Saúdo as harmônicas e sonoras polifonias
Dos cânticos sânscritos em góticas catedrais
Mesmo amando sentir a doce introspecção
Ao ser ungido por momentânea solidão
Sei dividir e multiplicar grandes momentos
E experimentar o calor de muitos abraços
Abraços esses, tão apertados que estalem
E subjuguem carências novas e ancestrais
NAMASTÊ!