O dia em que Mike roubou o peru
Já devo ter contado esta, foi pelos anos 80, tínhamos um cachorro Mike, simpático, alegre e grande, não tinha raça definida, mas como o nosso cão atual, pela elegância e magreza, lembrava um galgo, esbelto, loirão, olhos verdes. Já era dia 25, as visitas dos meus pais e familiares, já tinham ido embora, eu estava na sala com um pequeno grupo, pessoal do colégio, do coral, amigas, era madrugada e tagarelávamos. Lá pelas tantas fui até a cozinha pegar alguma coisa, ainda vi a traseira do Mike chacoalhando até sumir na curva da casa, lá se foi o peru. Era uma carcaça poderosa (daquelas que vão se transformando em tudo durante a semana, croquetes, risotos, recheio de alguma coisa, salada e, por fim, um caldo. Até aí já “garramos” raiva de peru). Meu pai comprava perus bem nutridos, pois sempre havia bastante gente para a janta de Natal. Outra vez, o cão cretino roubou uma picanha inteira do vizinho, enquanto ele descarregava o carro. Destas coisas de domingo de manhã, meu vizinho Ronaldo tinha um “bugue”, estacionou no meio fio e começou a descarregar as compras, de longe, certamente, Mike já devia estar preparando algum plano maquiavélico. Não deu outra, chego a imaginar a cena, o Ronaldo descarregando o carro e o cão infernal, pata ante pata, como um ladrão bonitinho da Petrobrás, abocanhando o pacote da carne e fugindo sorrateiro (judiaria comparar o Mike com um executivo corrupto da Petrobrás..).
Mas buena, agora é Natal e estamos de olho no Max, por enquanto, tudo na paz.
Beijo a todos!