DUAS JANELAS

Seu olhar passeava entre duas janelas.
Por uma delas, avistava o mundo à sua volta. Quase sempre ele era banhado por uma luz dourada e quente, que se espalhava sobre tudo. Ocasionalmente, ela via por essa mesma janela, que o céu chorava. Gotas prateadas, frias, escorriam da face do firmamento.

Pela outra janela, ela enxergava situações parecidas. 
Havia dia em que, uma luz nascida de uma centelha de amor, iluminava e aquecia o seu universo particular.
Porém, em tantas outras ocasiões, uma chuva, por vezes miúda, em outras graúda, desprendia do céu de sua alma, e ela, sem conseguir contê-la, deixava que transbordasse pelo seu olhar.

Duas janelas, tão distintas e tão semelhantes ao mesmo tempo, pensava ela.



(imagem: Lenapena- East River)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 22/12/2014
Reeditado em 22/12/2014
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