CHUVA

Foi bem na hora, em que o dia fingia que não sabia, que devia se recolher. 
Foi em meio a minha caminhada, que ela resolveu aparecer.
A princípio pensei em me esconder. 
Mas, logo em seguida, aceitei a inesperada companhia.
Como evitar? se ela vinha recitando uma bela poesia?

Não demorou para que eu sentisse seu toque suave.
Emaranhou-se pelos fios dos meus cabelos.
E pouco a pouco, envolveu meu corpo inteiro.

Agucei meu olfato, e me embriaguei com seu perfume, quando  ela se deitou sobre a terra.
Descalcei meus pés, para melhor desfrutar de sua companhia.
Me vi criança outra vez.

O dia escurecia.
E me escondia, de parecer ridícula, imprópria.
Surpresa, eu ouvia minha voz, cantando alegre melodia.
Aos céus, eu agradecia, por tão doce companhia.




(Imagem:Lenapena)
 
Lenapena
Enviado por Lenapena em 21/12/2014
Reeditado em 21/12/2014
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