Meu Filho, Ian.
Fui derrubado dezenas de vezes. Sempre levantei e comecei de novo. Nem sempre com o mesmo ânimo. Nem sempre com esperanças renovadas. Mas sempre levantei e comecei de novo. Eu não tinha opção. Era isso ou sentar e morrer.
Existe uma coisa estranha que é a vontade de viver, apesar e tudo. Quando me levantava apesar de tudo e começava a lutar de novo era porque sim.
Eu sempre levantava de novo por que sim.
Então veio sua mãe. Ela é meu raio de sol num dia cinza. Depois de conhecer ela, eu levantava de novo porque valia a pena abraçar sua mãe mais uma vez porque, por menos que eu conseguisse, valia a pena brigar de novo e dividir com ela o espólio de mais uma batalha.
Agora veio você. Hoje eu senti você mexendo pela primeira vez e estou extasiado desde então. Você virou o porquê de me levantar de novo. Agora não é mais por mim, não é mais porque sim. Agora é pela minha família. Você criou um elo entre nós três que já não depende mais da escolha de amar sua mãe. Agora, mais do que nunca, nós três somos uma família. Eu dependo de vocês dois tanto quanto vocês dependem de mim. Você então, depende de mim de uma maneira tão profunda que eu não vou conseguir conceber.
Só me resta lutar de novo e de novo e de novo, até que você possa sair de casa e começar sua própria luta.
Bem-vindo a minha vida, meu filho.