COMO PODEREI ESQUECER-TE?
(prosa poética escrita por - jlc - jan)
Ainda brilhas sobre mim!
Mesmo que eu não queira,
Invades meus pensamentos
e ainda assim, me fazes ficar triste,
mesmo quando, em meus desvarios,
insistes em fantasiar meus dias,
negando-me meus recônditos desejos.
Nesse instante fugaz,
relembro nossos momentos,
de felicidade incontida,
e ao fazê-lo, como extasiado,
permito remeter-me ao passado,
ainda tão forte, tão presente,
quando minha alma gozei
na brancura dos lençóis
da nossa cama, desfeita na volúpia
do teu prazer intenso, contumaz, insano,
como fizeste com a minha vida
que, impiedosamente, estás, agora,
roubando-a, para sempre, de mim,
transformando-me nesse miserável nômade,
descontrolado, sem domínio,
sem rumo, sem norte,
sem minha pousada de amor,
voando de galho em galho,
como se fosse um pássaro ferido,
a procura de outro ninho,
para alimentar-me de amor
e curar minhas feridas.