Tudo um dia perecerá.

Hoje se não morri, talvez porque não estava nos meus dias,

ou mesmo não era para morrer.

Mas pouco me importava, se morria ou não,

para mi a morte seria uma espécie de salvação.

Naquele instante vim que a morte era a chave para a minha

felicidade, mas mutuamente também vim que era melancolia,

para os meus amigos, aquela miúda, família

e todos aqueles que dividem o mesmo espaço teatral que é a vida.

Senti a sensação do quão importante quando tens amigos

à volta que dão importância a tua existência.

Senti-me emocionado quando os vim indignado

perante aquela situação em que me encontrava.

Aprendi a dar importância a vida. Mas mesmo tivesse morrido,

para mim seria como uma carta de euforia.

Há alguns que dizem que querem fazer de tudo enquanto puder,

assim como não, viver avidamente, descontroladamente,

fazendo de tudo enquanto puder, viver sem lei, perder-se, encontrar-se

porque a qualquer ápice a morte está à porta.

E outros dizem que não, qual é o proveito em tudo isso?

por que o fim é a morte. Somos seres da mesma espécie,

mas contudo cada qual é livre para pensar no que quer pensar da morte,

cada qual é livre para fazer o que deseja fazer da sua vida.

Já dizia " o poeta que a morte é a curva da estrada;

já dizia o eclesiástico que ninguém é senhor do dia da própria morte,

e nessa guerra não há tregua.

Fingimos esqueçer que a morte existe,

lutamos, nos matámos por tudo aquilo que um dia deixaremos.

Tudo fica quando a morte vier, e tudo é esquecimento

como se nunca tivesse nascido.

O destino é a morte de todo ser existencial,

mas Deus não quer que eu morro agora.

A ele dou graças, júbilos por ainda puder me proteger,

dou graças por me manter vivo.

Marllon Neves Langa
Enviado por Marllon Neves Langa em 19/12/2014
Código do texto: T5074774
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.