Tudo
Todos os meus amigos já se foram. Foram cedo, levando uma pena de pavão. Todas as alegrias levaram com eles, ou deixaram guardadas, dentro do alçapão.
Já também se foram as tristezas, já deixei para trás caminhões lotados de restos de borracha, com as quais, apaguei as ilusões.
Sou agora apenas resquício de fantasia, glutona e sem educação. Sou minha pequenina parte desmembrada, sem nenhuma paixão.
Meus amigos, felizes deles, que têm uma vida, uma estrada e uma canção. Nada me deixaram, a não ser lembranças vagas na madrugada, lágrimas roladas, saudade, indecisão...
Meus amigos não me serviram de nada, não me abraçaram quando precisava, nem mesmo pestanejaram ao me dizerem adeus, então.