Divagando
Me vi à toa,
Sem eira nem beira
De repente, ao surgir de uma clareira,
Ainda que macambúzio, enfadonho...
Veio a chuva e molhou meu sonho
Fertilizou e brotou mais um...
E mais outros...
Enchi minha canoa e fiquei “de boa”
Molhou meu lar, mas aprendi a sonhar
Perdi minha esteira, mas ganhei vida
Talvez incompreendida
Fortaleci minhas raízes e encontrei paz
Suavizei minhas crises e fui amado
Na goteira, a tristeza jaz
Saio correndo de volta para a lida
E percebo alguém do meu lado
Diz-me que sou capaz,
Que sou abençoado
Que não me deixa só
Que meu brilho é reflexo do seu
Que é pai, que é mãe,
Irmão, amigo...
Que não o vejo, mas está comigo
Entendo, portanto, por melhor amigo
Chamo a isso de Deus.