Memórias...
Entra a noite, mas o dia não esquece. Latente, insiste em preencher espaços, e murmura, repetindo-se: -Existiu beleza naquelas tardes, sim existiu... Mas então, o que virá? Talvez os meses de chuva contínua, talvez os alísios, queiram retratarem-se, aportanto pinturas a nossa pele... Seria tão significativo se eles -todos eles juntos: tormentas, dias de sol, noites sem lua,- fizessem de nós, bordados na relva escura! Transparência volumosa paira, evitando o sentir do vento.
(2005)