Reflexos da não reciprocidade do Amor
Tentar entender os pensamentos de algumas pessoas tem sido um dos meus passatempos. Entender a respeito do amor, para mim um privilégio.
As razões de se estar apaixonado muitas vezes são ininteligíveis.
A dor de amar sozinho é cruciante. Pensar que está sendo recíproco é um escape, muitas vezes utilizados por nós, para camuflar aquilo que insistimos em não querer ver.
E isso é erudito quando o que era presunção se torna realidade.
Quando os seus piores temores vêm para assolar os seus dias de sol.
Quando você ver que poderia ter sido diferente, mas na realidade o sentimento não era suficiente, e que apenas você se entregou de verdade.
A verdade é que no fundo, mesmo que não queiramos ver, sabemos que a não reciprocidade inibe nossos desejos, nosso jeito de ser, o eu forte e seguro de si que existe em nós. Você sabe exatamente o que você pode ser para aquela pessoa, sabe do seu valor e tem plena convicção dos proventos que se teria alcançado se você tivesse tido espaço para mostrar quem você é. Se essa certeza abstrusa da não reciprocidade não te intimidasse.
O mais doloroso é saber que outro alguém teve a oportunidade de ser quem é. Pois era recíproco. Dói ao saber que muitos reconhecem o seu valor porque a deixam mostrar-se sem capas, sem cerimônias. Dói saber que a pessoa amada não te conhece de verdade, experimentando outros sabores sem se dá a oportunidade de experimentar o seu. E você não sabe se é por medo, ou se todas as coisas vividas e palavras ditas foram jogadas ao vento e nunca, nunca foi verdadeiro.
Diante de todas essas e muitas outras interrogações, só nos resta acreditar naquilo que nos foi dito. Se agarrar com todas as forças na fé que nos sustenta dia após dia. Nos resta prosseguir olhando para o alto, esperando não ser frustrada ou envergonhada por crer. Se espelhando nas mais bonitas histórias de amor e intervenção divina que serve como testemunho para edificação da nossa fé.
Esperar, confiar, descansar, e desejar que seja doce!