Faz chuva,

faz chuva,

faz tempo.

Uns verbos trocados,

uns trocados para comprar tanto amor,

um altar que preconiza a vulnerabilidade dos matrimônios.

Faz chuva,

faz chuva

e não há muito o que dizer.

A janela assiste calada o teu espetáculo,

as unhas sofrem quietas alguma morte,

os jogadores são infiéis e a pupila anda irritada.

Faz chuva

e rebuliços

no vazio dos seios...

sentimentos na palma das mãos,

excreções na malícia dos dedos,

FIAT LUX e outros apetrechos

a quem quiser ser bem vindo.

Faz chuva,

faz sol,

e nossa cura

é sermos pó

que sempre acaba no pó.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 15/12/2014
Código do texto: T5070181
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