Pó
Faz chuva,
faz chuva,
faz tempo.
Uns verbos trocados,
uns trocados para comprar tanto amor,
um altar que preconiza a vulnerabilidade dos matrimônios.
Faz chuva,
faz chuva
e não há muito o que dizer.
A janela assiste calada o teu espetáculo,
as unhas sofrem quietas alguma morte,
os jogadores são infiéis e a pupila anda irritada.
Faz chuva
e rebuliços
no vazio dos seios...
sentimentos na palma das mãos,
excreções na malícia dos dedos,
FIAT LUX e outros apetrechos
a quem quiser ser bem vindo.
Faz chuva,
faz sol,
e nossa cura
é sermos pó
que sempre acaba no pó.