MADRUGADA FRIA
Procuro-Te no silenciar da noite solitária,
Névoa a beijar a madrugada fria;
Sob a neblina da realidade imaginária
E a espera do alvorejar do novo dia.
Busco-Te na brisa que a tudo torna igualitária
Fazendo-me sentir o que já não mais sentia.
Alegra-me a canção suave, linda, quaternária
Impulsando-me a buscar o que já não queria.
Palmilho chão poento em viagem solidária
Trazendo comigo saudade, e muito mais traria.
Vou avançando, claudicando, em prece itinerária
Na certeza de quem acredita e muito mais confia.
E na densa névoa o alvorecer se espalha
Sob ventos e pensamentos daquilo que seria
Vontade louca que muito mais atrapalha
Sobre instinto vil a que qualquer um trairia.