Revelação

Encontro festivo de pessoas afins,

Para fechar mais um ano que já vai tarde

E tão cedo abre as portas da saudade...

Hora de passar a régua, somar o que restou...

Ou melhor, somar o bem que ficou...

Para o balanço de outros tempos.

A cada leve toque, a menina-mulher acorda,

Liberta a secreta amiga do colorido balão,

Seu nome no pedacinho de papel...

Pega de jeito meu coração!

Brincando, brincando... Vou me revelando!

Sou bolo sem cereja! Quem daria mais sabor a minha vida?

Sou sorriso sem alegria! Quem alegraria minhas horas tristes?

Sou olhos sem brilho! Quem iluminaria meus caminhos?

Sou poesia sem rima! Quem seria minha rima perfeita?

Sou música sem letra! Quem “tiraria de letra” minha música preferida?

Me revelando vou...

Sou céu sem estrelas! Quem seriam as estrelas dos meus sonhos?

Sou broto sem água! Quem regaria minha existência?

Sou anjo sem asas! Quem daria asas a minha imaginação?

Sou choro sem consolo! Quem consolaria minhas dores?

Sou flor sem pétalas! Quem desfolharia meus quereres?

Vou me revelando...

Sou casa sem janelas! Quem abriria meus horizontes?

Sou abelha sem mel! Quem adoçaria minha infância?

Sou fogo sem brasa! Quem aqueceria meu espírito?

Sou fonte sem água! Quem saciaria minha sede?

Sou prosa sem sentido! Quem daria sentido a minha prosa?

Revelada estou...

Tudo faz sentido quando estamos entre amigas e amigos!

Mesmo que tenhamos que procurá-los dentro de um balão,

Pulando na ponta dos pés, com salto quinze!