UM DEDO DE PROSA
Não sou santo
Nem dono da verdade
Só aprendi reconhecer
O que finge
E o que tem capacidade
De assumir os seus erros
Em meio a ferocidade
Desse mundão complicado
Onde o errado é dado por certo
E o certo dado por errado
Não tenho jeito pra dar
Mas, parodiando o poeta
Quem quiser ser como eu
Vai penar um bocado
Uns me acham arrogante
E outros dissimulado
Vou seguindo o meu caminho
Vou plantando o meu roçado
Tem roseira, pimenta e espinho
Tem saudade matadeira
E tem afago desejado
Tem festa trabalho e pão
Tem fé firmeza e coragem
Tem rima de pé quebrado
E também tem rima rica
Tem também amor que fica
E amor que sai voado
Eu só sei que nada sei
Eita, agora parodiei
Um cabra bem aprumado
Retomando agora o fio
O novelo da meada
Se liga meu camarada
Tu é assim
E eu sou assado
Aquele que dá respeito
Merece ser respeitado