A serviço da lágrima

Nesse momento, ele dorme.

O nó na garganta que tanto odeio, não consigo evita-lo.

Mas às vezes, preciso desfazer minha armadura de mulher forte, pronta para todas as situações.

Às vezes cai a ficha, de que a minha face mais secreta pode um dia fazer minha vida um mar de tristezas.

[Logo eu, que amo tanto o mar]

Caio em desespero, soluço alto sem querer. Os suspiros são inevitáveis.

Que posso eu fazer? Não consigo mudar a mim mesma.

Ao meu lado, ele dorme.

Escrevo agora, sob o risco de uma pessoa muito querida descobrir tudo.

O quanto gosto de correr esses riscos? Nesse momento não estou gostando.

A necessidade de desabafar me levou a este ato, ou as lágrimas me obrigariam a acorda-lo.

O nó na garganta agora desperta, me fazendo engolir o choro como uma mulher forte, pronta para todas as situações.

Por dentro sangro.

E ele ainda dorme.