Procurando Deus
Certa vez, quando eu ainda era criança, estava descendo um monte de orações com meu pai no meio da madrugada, numa noite sem lua e completamente estrelada.
Meu pai tinha o hábito de olhar para o céu quando estava em comunhão com Deus e quando via alguma coisa diferente no manto estrelado dizia que era o Ser Supremo enviando um sinal de que estava ali conosco.
Enquanto desciamos conversando no meio da mata, não lembro bem porque, resolvemos parar para olhar o céu com a fé de que veríamos algum desses sinais.
Olhamos o céu por alguns minutos e nada diferente apareceu, apenas as mesmas estrelas de sempre, cintilando na noite fria. Enfim desistimos, e acredito que ele ficou meio decepcionado. Disse que Deus se mostraria um outro dia e seguimos nosso caminho para casa.
Mas hoje, pensando comigo, vejo que os sinais estavam lá, sempre estiveram, aqui e lá e em todos os lugares sempre esteve o Ser Supremo. Não há um lugar onde Deus não esteja, onde Deus não se mostre.
Naquela noite enquanto olhávamos para o céu estrelado já eramos as testemunhas dos sinais de que Deus estava ali, apenas não percebemos.
Naquele momento Deus era as estrelas e o céu infinito que fitamos, e Deus também era o ar que respirávamos, era a mata que nos rodeava, e os morros, e a noite, o vento, o frio da madrugada, os latidos dos cães, e Deus também era aquele homem e aquela criança olhando para o infinito procurando por Deus...