Naufrágios
Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena.
Fernando Pessoa.
Tudo finda, nada é eterno. A efemeridade da vida são os percalços dos caminhos. Vamos caminhando, ora lentos, ora apressados... MAS VAMOS!... Não temos como retroceder...
Só mesmo as lembranças, que ficam na imaginação da alma, são eternas..., as vezes duras, por outras, ternas. Respirar fundo, contar até três...
Deixo os queixumes da alma em gavetas, tranco as portas dos armários e jogo fora às chaves, enquanto os dedos da minh'alma, vão alinhavando com palavras, as palavras que são engolidas goela adentro, feito cobra, sufocando a presa. Até não caber de tanto sufoco e regurgitar.
Gozemos sobre essas imaginações para ficarmos livres para voar e arrancar, aquela dor no peito dos pensamentos. Só assim caminharemos rumo as estrelas no universo.
O verso acalma, quando a alma se entrega ao destino da Poesia. Converso com o vento, as folhas das árvores e com os pássaros. Alimento e acarinho animais, que são os mais fiéis amigos dos homens, e quando com anjos, as palavras me abraçam...
Eu minto, mas a alma da palavra não mente, a palavra soa exatamente, quando digo em silêncio: ADEUS!...
Sou um Só!... Mas querem que eu seja dois, três, quatro. CEM, são as Mulheres, que conseguem fazer, tantos afazeres ao mesmo tempo.
Cada ser é único e esse é o grande mistério da vida. Gosto de mistérios, para tentar desvendá-los. Por isso, caminho, procurando nos passos os Espíritos da vida.
As vezes namoro a Lua, por outras, a Lua chora comigo.
As vezes engulo o choro, por outras, choro de emoção.
As vezes vejo o entardecer, por outras, está sem Luz!...
Tudo vale à pena, até mesmo a sofreguidão dos passos e os pensamentos que habitam as angústias da alma. Ao mesmo tempo, tudo é retrógrado.
Os seres vão se diluindo feito água e nos sentindo órfãos, somos frágeis, mas ágios.
Nos agarramos à Poesia, é ela quem nos salva dos naufrágios.
Tony Bahi@.