O ESTADO DE POESIA
Tento agradar ao leitor com minhas loucurinhas em versos ou em prosa. À falta de poder mudar efetivamente o mundo, sonho com o encontro de outros não precavidos ou desavisados (lúcidos?) que efetivamente poderão fazê-lo. Assim saúdo o universo do caos com alegria e alguma resignação, que me propõe a resiliência superveniente. Depois, ao acordar – exatamente – ao abrir os olhos, tudo está muito parecido com o que vira antes do estado de poesia e sua intensa reflexão. Somente eu é que sou outro. E o viver se torna mais leve. Enquanto o mundo dos fatos joga-me ao lamaçal ou na fogueira das vaidades, a Poesia adoça a boca e me puxa a cabeça para entre as orelhas.
– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014.
http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/5059855