Viradas De Páginas
Quantas lembranças.
Saudades desses corpos tristes.
Quantos choros e lágrimas.
Do que não mais existe.
Dessas fotografias, sem cores.
Sem lágrimas.
Dessas lembranças frias.
Dessas viradas de páginas.
Não mais existo eu.
Pelo menos não mais, o eu que existia.
Alguém disse que ninguém entra duas vezes no mesmo rio.
Essa arte maldita que quer me travar na memória
o momento que já partiu.
Essa arte bendita que me faz ver,
a parte que me fugiu.
Naquela época era você que viva em mim.
Hoje só resta a saudade. Daquilo que um dia fui e não sou mais.
Escrevo não mais para encantar, mais para desabar.
Descrever aqui o que fui e agora aquilo que sou.
Ou o que não sou. Não sei mais, se sou, sem ser o que era.
Talvez eu busque nesta minhas palavras, redenção.
Talvez eu busque nestas minhas palavras o teu perdão.
Só sei que não sou o que era.
Mais essas tristes fotografias desses corpos tristes.
Essas tristes saudades da aquilo que não mais existe.
Essa brisa fria, dos tempos frios.
Em que tua memória era mais presente em mim.
Essas lembranças de tudo aquilo que eu perdi.
Talvez eu busque nesta minhas palavras, redenção.
Talvez eu busque nestas minhas palavras o teu perdão.
Mas por que ainda judias de mim.
Por que ainda me fazes de alguma forma ser assim.
Por que não posso simplesmente apagar a tua memória.
Por que não posso simplesmente romper este ciclo.
Essas viradas de páginas.
Por que não posso simplesmente acabar com essas lembranças?
Ha! Essas lembranças.
Quantas lembranças.
Saudades desses corpos tristes.
Quantos choros e lágrimas.
Do que não mais existe.
Dessas fotografias, sem cores.
Sem lágrimas.
Dessas lembranças frias.
Dessas viradas de páginas.