Em cruz, ilhadas
Caminho sem pressa já que o caminho é surreal
Não ouço o vento
Não ouço pássaros
Não tropeço em pedras
Caminho
São tantas as esquinas
Que talvez eu vire em alguma
Escolho a melhor esquina
E no momento caminho apressadamente
Todas as casas com janelas encobertas
De cortinas estáticas
De vozes sussurradas
Sinto olhares curiosos
Sinto pressa e sinto muito
Sinto muito mesmo
Por esses prisioneiros
Do medo
Da desesperança
Das encruzilhadas.