Lide
Tínhamos um contrato: seríamos felizes enquanto durasse aquilo a que chamamos amor. E porque isso parecia bastante, não estabelecemos outros critérios. No início, era o caos: meus olhos viam o mundo pelos teus e tuas palavras saíam da minha boca. O que chamamos amor tinha formas e limites diversos. Então fez-se a luz e vimos que a luz era boa. Foi preciso aprender a andar sob o sol e em meio à escuridão. E o dia e a noite também nos trouxeram questões, pois se as trevas nos enganam, o brilho do sol pode ofuscar-nos a visão. E porque não elegemos o foro de nossas dúvidas, nunca pudemos resolver nossas pendências.
Raquel Domingues Pires s/d