Humana Máquina

Transfiguro-me em natureza. Frações de segundo.

Identifico-me instintivamente com a vívida corrente de águas turvas.

Resumo-me à trivial lacunosidade por hora sugerida: dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.

Caminho tortuosamente por um espaço e tempo de insustentável duração, teor impalpável.

O mundo concreto? Já não mais habito.

Pois renitente é o clique, que meus pés buscam o chão.

Impassível, volto a mim. Destroços. Frágil transitividade.

- Sanidade, a mim recorreste?

De vez, a plenitude existencial nunca será captada por uma máquina, afora a chamemos "ser humano".

Leonardo Dias Guimarães
Enviado por Leonardo Dias Guimarães em 30/11/2014
Reeditado em 12/06/2018
Código do texto: T5053443
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