Viagem

Não pode ser verdade,
que o granito se derrete
ao toque suave de seus dedos
amada flor de pequi.

Que lá no fundo do mar tem uma sereia
a se alimentar de ostras.
Coisa bonita de se ver,
alamanda em flor.
Paradoxalmente nos sonhos realizamos...
Do mar à terra
fogo ar
Uma cadela descansa
"Há no seu olhar algo de saudade..."
Desabrochou o brinco-de-princesa
e eu não consigo te esquecer.
São estas flores,
pingos d'ouros; alamandas; campânulas e agora
o brinco-de-princesa e as cravinas e os crisântemos...
Em cada uma está você.
Não sei porque as plantei no novo jardim que projetei.
Sou granito a se desmanchar em seus dedos.



Este poema integra a coletânea do meu livro Estrelas.