NA NOITE ENLUARADA

No palco dançava sua guerra, pintada escandalosamente chamava todos à cantarem.

Já na rua esperava sem surpresa, mais uma vêz o tempo passou e nada aconteceu.

Trancou suas palavras, esfregou o rosto manchado, calou na dor o canto que Há pouco cantou.

Na cama perfumada rolava desencantada soluçava engasgada e amava desesperada.

No telefone a voz embargada perguntou, por quê ? e do outro lado a resposta de sempre: hoje não deu.

Refez a maquiagem, ousou no vestido decotado e desceu na madrugada enluarada.

Contou estrelas, sorriu para a lua e bebeu.

No resto da noite sofreu e sofreu, e mesmo asim não entendeu, brincava com seu amor, roubava lhe o dia e as noites, mentia pra vida e pra si mesmo, nada importava a não ser somente êle, nada existia a não ser êle, queria um porto seguro, mas em troca só lhe causava amargura.

Desencantada e cansada, voltou e adormeceu, e no dia que já quase amanheceu, pensou e ligou.

Hoje te espero novamente, não deixe de vir, e do outro lado a resposta.

Claro meu amor!