[De Guerra e de Festa - Variante 0]

Escrevo sem compromisso outro que não seja pontear a distância de mim a mim com os ressaibos da caminhada. Também, fala alto em minhas palavras o desapontamento de quem veio, viu e ressente-se por ter de deixar a festa ainda no aceso da hora, quando chegam mulheres cada vez mais belas.

É claro que as minhas palavras devem contar os meus acontecidos, os tombos [nem foram tantos assim...], e só por isto, os meus vagares se desfiam, se dividem em poemas.

Mas acima de tudo, falo daquele sentimento tardiamente aprendido de que a vida é, ao mesmo tempo, guerra e festa. Não perdoo a minha mãe por viver assim, em guerra e festa, mas sem verbalizar isto para mim: de certo, ela cuidou ser mais sábio deixar-me aprender sozinho, vivendo...

Dei porradas, levei porradas; mas ganhando ou perdendo, sei que saí mais forte de cada enfrentamento.

Nem sempre entrei na festa sorrindo; e o pior: às vezes, só vi que era festa quando estava se acabando, quando dei pelo fato de que só eu estava sério. Eu pensava que era luta, mas era festa. Ainda assim, meu escasso sorriso abriu-se em tempo, tempo de festar eu também, por que não?!

Lutar e festar: é tudo que há nesta vida!

_________________

[Penas do Desterro, 28 de maio de 2007]