VIVER

Estou caminhando com os pés descalços

O suor na testa e a respiração ofegante

Demonstra o limite de minha lucidez

A vista ainda esta turva e o peito sôfrego

Continuo na estrada de pedras pontiagudas

Sentindo o sangue misturar na areia

O amargor na lingua lembra o adeus

Um adeus que eu não queria dar

Nem mesmo esperava que viesse

Um fio rompeu no campo da loucura

E eu, normal, não existo

Minha alma perambula na busca

Em vazios paralelos incompreensíveis

Piso no concreto e não reconheço

A raiz arrancada luta para não morrer

A vida dobra a esquina e acena

É por lá meu novo caminho

É por lá que tenho que seguir

O passado é apenas um tempo

O tempo liberta os caminhos

E o meu caminho começa a brilhar

Vejo um outro tempo onde não ha sangue

Onde não ha lágrimas

Onde não ha foice

Onde ha apenas meus outros eu

Aceito e reverenciado com respeito

Incluso