Conversando com meus botões
Conversando com meus botões
Não sei se estou disposta a versar, prosear, ou ruminar algum pensamento.
Ou se ao inverso esteja querendo apenas contemplar.
Passado algum tempo na penumbra, redigi mesmo em grande confusão.
Num ímpeto primitivo deitei com a cabeça entre as pernas, tipo embrião,
pois julguei que precisava oxigenar a massa cinzenta.
Depois com lápis e papel na mão, risquei,
rabisquei até sentir que algo podia fruir.
Mas ledos enganos até meus pensamentos me decepcionam.
Em grande desapontamento insisti quem não se arrisca não petisca, não tem louvor em desistir. Após abandonar a mente e o remo em pleno oceano,
A primeira palavra que veio a mente por incrível que pareça foi RAMA,
Não gostei do termo então escrevi de trás para frente “AMAR”, menos mal pensei:
Falar de amor é mais sugestivo do que falar de um vegetal,
Embora as pessoas que amam saibam o que é vegetar,
Poderia ser no sentido da simbiose, não com significação de parasitar, e outras síndromes que alguns vegetais encontram para retirar a seiva e explorar ao outro, jeito humano de dizer até que a morte os separe. Triste conclusão: Rama é como Amar que suga até matar.