CIDADE OCUPADA

...

Na madruga,

Antes da fuga...

Descobri ainda com olhos de sono...

Que a antessala da Rua da Amargura

É a estranha tortura na Rua do Abandono...

...

Trouxeram Entidades de outras cidades

Pra Ocuparem nossa cidade...

E, a tiracolo, compatriotas de cambonos...

Pra me dizer que a nossa Cidade tem Dono

(vendendo um aforístico fazer artístico...)

Eu que sempre divulguei o que de genuíno na Cooperifa...

Levei foi mais uma bifa...

Não pude tocar no Mercado Municipal

Sequer sabia que haveria Sarau...

Certamente eu teria mais de uma poesia

Pra rimar lá naquele dia...

...

Com olhos fundos

Saí pela porta dos fundos

E avisei correndo pra que avisassem filho e mulher

Que naquele dia ninguém teria o qualquer...

E foi com dor no coração...

Que escrevi "Carta Aberta à População"...

Que honra haverá nos seus brilhos pelos Bares...

Já que sambistas que não respeitam seus pares...

Terei mesmo que ficar resmungando

Via meu samba de malandro...

(E aqui do meu lado?...)

Atropelado até nos Mercados populares

O que me resta...

Antes que tudo vá pelos ares?

Pra que me vejam com outros olhares...

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 20/11/2014
Reeditado em 29/09/2018
Código do texto: T5042174
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