Eu sertão
E quando eu estava à beira do rio Pajeú sentia-me tão eu. Identificado com toda aquela beleza só me ocorria jamais sair dali. Ainda me vejo entre as cercas de avelós e a infinidade de algarobas. Ainda lembro daquela noite em que chegamos e a porta da casa já estava fechada. E como na canção de Gonzaga, o enredo era o mesmo. Ô de casa... comadre... Festejo... Meu Pai, 14 anos sem pisar em Floresta e a recepção era a mais real possível. Passei a descobrir o sertão em mim. Passei a ser o moleque que queria desvendar os segredos de uma vida tão feliz e real. A minha madrinha era a mulher mais linda que eu vi na minha vida. Super mulher, negra, nobre e trabalhadora. Mãe zelosa, madrinha zelosa. Sinto que eu não conheceria tanta felicidade se não tivesse conhecido aquela pessoa. O que me faz até hoje lembrar que foi à beira do rio Pajeú, em Floresta, que eu vi o Eu sertão florescer.