PREFÁCIO p/ Joilson Pessanha
Jô Pessanha é um daqueles jovens (eu posso chamá-lo de jovem porque tenho mais idade que ele) que se descobriu poeta e com uma ingenuidade lírica relata o que seus olhos veem e seu coração sente. É uma visão quase adolescente, infantil pois não traz maldade, traz somente o encanto.
Sinto-me sem rosto definido
Sinto-me anônimo na aglomeração
Da multidão. Ninguém me vê
Também ando olhando para o chão.
Estes são seus versos em “máscaras” quando ele se desnuda timidamente que acaba se tornando transparente. Somos todos assim quando crianças. Temos um mundo só nosso. Não queremos adultos neles e só deixamos que um outro entre neste mundo quando tem a mesma visão que a gente.
Eu me fiz criança. E depois me fiz adulto quando já tinha ganho sua confiança. Agora parece que somos da mesma família.
Então eu te trago parte de um poema que diz assim:
BEM QUE VOCÊ PODIA...
Bem que você
Podia se fazer vento
E entrar na minha vida
Como se fosse uma aragem fresca
E depois ser brisa
Nos meus dias de calor
Ser chuva quando houvesse
Seca nos meus dias
E podia ser alimento
Para matar minha fome
Para que eu possa
Ficar mais forte e você se eternizar
Mário Feijó
E quando em “Preciso me encontrar” ele diz:
Preciso me encontrar
Tornar-me pessoa
Desejo dar-me por inteiro
Doar-me por completo e me
Sentir bobo, criança para me encantar.
Nestes versos ele fala seu desejo de não ser mais um menino. Ser Humano quem sabe. Um ser humano que não se mede pelos números que veste, pela cor que traz, pelos desejos que tem. Um ser humano completo onde o que interessa mesmo é a alma. O ser que ele construiu...
Eu diria pra você Jô: voe! Seja um passarinho! Seja uma alma que procura um ninho. Ame e seja amado e se não for possível neste mundo de homens e de mulheres, faça-se SER neste mundo de poetas.
Bem-vindo!!!
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Escritor e artista plástico