Eu penso...
Intransitivamente. Eu penso. Apenas. E não penso "o quê", ou "em quê". Simplesmente. Literalmente. Translucidamente.
Viajo. Percorro. Adentro. Levito. Vôo. Velozmente. Ao espaço, à luz... Vejo a Terra não tão redonda assim... Vejo feridas...
Feridas de corpo, de alma, de coração... Vejo tristeza, ouço gritos, vejo fome, vejo guerras, vejo mortes, ouço choros...
Vejo uma mão não colar em outras, vejo crianças adultas... Adultas de sentimento. Sem sentimentos...
Ouço preconceitos. Vejo falas. Falas de ódio. Vejo falas e silêncios. Ouço imagens... Cinzas... Vermelhas...
Apenas vejo. Apenas ouço. Calam-me. Não falo. Porque talvez o coração e a emoção sobrepuseram minha língua, minha boca, minhas cordas vocais esmagadas pelo lamento...
Mas... mesmo vendo e ouvindo a morte, a tristeza, a miséria, a ira, a fome... Eu penso!!!
Penso branco. Penso céu. Penso luar. Penso o rio. Penso a paz. Penso o abraço, o perdão.
Pensemos. Pensem. Pensais...
Ações virão se pensarmos. Se quisermos. O querer vem depois do pensar. Ou até o motiva. Queira, pense, faça. Pense, queira, aja. Aja, pense, volte. Volte, pense, vá!!!
Este espaço não é meu. Este espaço é da coletividade. É do livre pensar...
É do livre mesmo. Do livre que dói, que afaga, que prende, que solta, que encosta, que afasta, que faz rir e faz chorar...
Ser livre é ser livre pensar... Pensar é o último refúgio de liberdade que temos... Pensais... Serdes livres!!!