Vou-me Embora
Vou mudar de mundo.
Recomeçar do zero e aprumar o rumo. Vou para onde a carência é imune dos necessitados. Para onde o orgulho possa deixar a cobiça de lado.
Vou mais a fundo...
Para um lugar quão profundo, onde as pessoas não se confundem e todo mundo se funde a cumprimentar uns aos outros pelo nome.
Onde a era atual, simples e imaterial, não dita regras nem status através da maça abocanhada de um telefone.
"Vou para onde eu possa ser citado sem um nome".
Onde a brisa possa bagunçar meu cabelo sem a pretensiosidade de arrumá-lo. Ou, como antidepressivo, que seja a pressa mais ligeira, a de um passeio a cavalo.
Ou, onde a esperança diária brota com vigor dos Alpes, o Sol/manhãzinha, que empresta vida aos olhos sapientes e revigora a alma.
Vou para onde possa restar mais tempo de criar um filho de um jeito que só ele já não é capaz de desgrudar de um pai apaixonado.
Ou, para onde a riqueza mais rica, seja o amor pela família, a terra e a paixão pelo mato.
Ou, para onde a felicidade é protegida e a tristeza não a toca. Onde a intensidade de viver se renova e jamais se esgota.
Mais a fundo, onde a janela se descortina para um novo mundo.
Ou, onde larga seja apenas a paisagem de um paraíso ao fundo.
Vou-me embora para Oeste, a Cidade Formosa.