Sobre nada e corações quebrados
Forte não é aquele que não tem fraquezas. É quem as tem, e não tem medo de tê-las ou de como o mundo reagirá a elas, embora tenha medo de perde-las caso suas fraquezas se resumam a uma(s) pessoa(s).
Corajoso não é aquele que não tem medos. É aquele que os tem e não tem medo de afirmar isso, que os assume e, a seu próprio modo e tempo, os enfrenta.
Fraco é aquele que conhece suas fraquezas e prefere ignorá-las, escondê-las, fingir que elas não existem, rir daqueles que as superam e/ou convivem com elas.
Medroso não é aquele que não enfrenta seus medos, mas sim aquele que os nega, que os rejeita, que tenta destruí-los ignorando-os.
Nossa vida é toda feita de escolhas, mesmo nas coisas mais simples.
Nada é trivial, todos os pequenos detalhes são importantes.
Um único segundo pode mudar toda uma vida.
Uma única decisão pode destruir ou construir todo um universo.
Somos seres mutáveis, errantes, instáveis e surpreendentes. A beleza da vida está no fato que somos adaptáveis, mesmo que nem sempre estejamos prontos para uma mudança – as vezes a vida nos prega uma peça e escolhe por nós, sem nos dar tempo de pensar sobre tal escolha.
Mas toda ação gera uma reação, e o que acontece depois é consequência de um antes, um antes que, por pior que seja, não vai deixar de existir. Ninguém pode negar seu passado, ninguém pode fugir de seus próprios fantasmas.
As vezes nossas escolhas não dependem exclusivamente de nós; a escolha do outro também nos afeta, e muitas vezes o outro não pensa nas consequências que pode gerar em nossas vidas. E nós, na maioria das vezes, também não nos preocupamos em pensar antes de agir, em saber o quanto nossas atitudes podem influenciar na vida de outra(s) pessoa(s).
É por isso que construir um relacionamento é tão difícil.
A maioria das pessoas simplesmente não pensa em conjunto, não pensa no bem estar ou prazer do outro, mas apenas no seu. É isso que faz com que os relacionamentos se desgastem: em um mundo onde ‘ninguém é de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também’, é mais fácil achar alguém que substitua uma pessoa que não se adequou aos seus padrões do que tentar estabilizar um relacionamento com alguém que você já conhece. Afinal, quando se conhece alguém conhecemos também seus defeitos, enquanto o outro, essa ‘outra pessoa’ é nova, diferente, perfeita, sem qualquer tipo de defeito.
E talvez essa nova pessoa seja temporária, e dê lugar a muitas outras novas pessoas devido ao medo de enfrentar a frustração de um novo relacionamento, onde problemas irão naturalmente surgir.
Vivemos em um mundo onde tudo e todos são descartáveis, menos nós mesmos.