O IMPERFEITO
Um vasto céu de estrelas,
reflexos infinitos que se entrelaçam e se fluem
atingindo a imensidão do meu ser,
perdida no intangível, onde as palavras não podem alcançar.
A solidão é absolutamente reflexiva,
momento do porquê e para que.
Há uma busca constante,
que se perde na inconstância de ser.
Há barreiras intransponíveis,
limites que não se podem ultrapassar.
Há perguntas sem respostas,
e há respostas sem perguntas.
Há dúvidas que apontam para caminhos opostos,
por vezes indesejáveis ou talvez nem tão indesejados assim.
Há aquilo que se quer,
o que se pode e o que se tem.
Há forças incontroláveis,
que nos movem contra a própria vontade.
Há o inevitável, que transmuda nossas escolhas,
e faz vivenciar novos horizontes.
Há um medo entranhado,
que perturba os sentidos e impede de tentar.
Há caminhos já traçados
e há aqueles por trilhar.
Há um ser contraditório,
mas de contradições compreensíveis.
Há o humano, imperfeito,
mas indubitavelmente singular.