Bambina
Quando ela se foi eu olhava o mar,meus braços tremiam conscientes de vida que eu acabara de perder,talvez pra sempre. Meus braços,pareciam tão estranhos naquele momento e quase como se tivessem vida própria eles balançavam-se num frenesi louco sabendo que nunca mais a veriam.
Nada mais parecia normal,nada,nem a mais corriqueira das ondas que se quebrava na praia,fraca como meus pequenos soluços. Aquela criatura era vida,era quase a minha própria existência,um pequeno mal talvez,não sei...
Mas ela me faz falta,sua voz pequena,seus risinhos inocentes mas cheios de vida que segundo a lei natural deveriam crescer,não se desvanecer como uma flor no outono.
Não era certo,não era justo,jamais seria...
Nos meus braços ainda estavam,seu coração que deu suas últimas batidas junto a eles,enquanto a impotência se apoderava de mim. Naquele momento tudo mais perdeu a cor,tudo. A beleza, não parecia mais corresponde-se com aquele pequeno rosto,só restava uma pequena figura que parecia ansiar pro encontrar-se em um daqueles contos que um dia,a não muito tempo eu li pra ela ao pé da cama.
Nem o grito foi justo,nenhum choro seria suficiente...