LAVO PRATOS VARRO CASA

Lavo pratos varro casa faço feira,

Mas também quero fazer parte de ti,

Ou então vai ser esta vez a derradeira,

Que dissemino os meus rastros por aqui,

Quando banhas este teu corpo lindo delgado,

E passa nele este óleo aromático,

O teu perfume ganha todas as redondezas,

E o meu viço não demora fica aguçado.

Já é sabido que te fazes de mulher neutra,

Para deixar-me a cada dia mais perturbado,

então te aviso que me suspenda esta demanda,

Ou em outros braços vou me dispor a ser amado,

Se a vida é curta quero a sentir em cada instante,

Pois ao morrer não quero pendências em meu legado.

Levo comigo as satisfações e os desgostos,

Bens e impostos quero esquecer ao ser sepultado,

Mas todo o gozo vai está vivo em meu espírito,

E sem mais conflitos eu viverei do outro lado,

Deste mundo já me enchi sou réu confesso,

Este progresso que apregoam deste lado,

Éa face podre que permeia o universo,

E o ser possesso que predomina na humanidade,

Já conto os dias para fazer o meu regresso,

Ao criador fonte do amor e da caridade.