Curvas
Nas curvas de uma estrada sem fim
Encontro-me à procura de mim,
Trago à tona alma e coração
Que cantam de forma plangente.
A dor que escondida está,
Não se manifesta,
Porém, sutilmente vai trazendo
Ao pensamento o que quer esquecer,
Leva nos olhos a lágrima que insiste em cair,
Mas não é sua vontade mostrá-la,
Quer fazer-se pranto no silêncio,
Encanto, sem se revelar,
Partir de maneira discreta,
Entender a alma conflituosa de poeta,
Que sabe e sente nos versos pungentes
A dor única e profunda
Que é sarada, apenas com o olhar.