O Crochê das Palavras
Inspirado no belíssimo texto
"Mergulho meus olhos insones"
José de Castro
Viajei e naufraguei no seu texto.
Salvo pelos mares, pelos navios nos portos...
Atracando feito embarcações no cais.
Tony Bahi@
Mãos de trigo, vão cultivando lavoura. E outras mãos incendiando campos. As terras áridas e inóspitas nunca irão derreter feito gelo e a primavera do tempo, deixando flores murchas, sangrando. Fiapo o trapo do novelo, e tecendo Poesia, feito campo floridos de girassóis e lírios. Como se faz um crochê de palavras. A vida é única. Tecendo fiapos, colocar, num fogão de lenha, um caldeirão de más lembranças. Todas juntas, amarradas feito nó. No versos de Mia couto (Poeta Moçambicano)! Sou sonâmbulo. Com os olhos cerrados, vejo o mundo. A dores são canoas nos meus versos, navegando por terras dantes habitadas, dantes navegadas. Flutuante casa, nos jardins do paraíso... É preciso navegar, como é preciso viver e sonhar. Olhos insones, querem adormecer, depois de belo e infinito dia. Esperando o Sol, para dizer bom dia, enquanto a Lua-nua, se esvai, aos poucos, entre trancos e barrancos, montes e abismos, no horizonte. Não olho para traz. Não quero ver a noite finda. Quero o infinito, que ainda está por vir.
Tony Bahi@.
Encantamento de palavras, amigo...
Sorrio o mesmo riso moçambicano de Mia Couto, sonâmbulo nesse reino de olhos abertos: os teus olhos são faróis de poeta que navegam nesse rio de palavras. Com remos de prata feito as mãos Kindzu, que brilham no escuro de uma África negra como a noite. Mas iluminada no lume do teu verbo.
Meu abraço de emoção.
José de Castro.