HÁ ESTRELAS, SIM...
E de noite, a qualquer hora noite, certos escritos são estrelas luminosas que luzem pelo prazer de ser o que são: clareiras no escuro da vida.
Clarões feito luar de palavras que se derramam pelos grotões virtuais e se fazem de bálsamo para quem sabe que a rotina, até mesmo a rotina, pode ser criativa. Depende muito de como saber se reinventar a cada momento que Deus nos dá.
Privilegiados são aqueles que têm olhos de contemplar para além da mesmice de cada dia. E veem flores na ponta dos espinhos.
E ternuras bem mais fortes que amarguras.
Leitura, ah que mistério profundo esse! Escrita, para alguns é algaravia. Para outros é o desvendamento de coisas simples.
Magia delicada que tece fios de estrelas em nosso olhar.
Há em algum lugar uma escrita fina que fere fundo sem machucar. Que tem a grandiosidade de desabrochar aquele sorriso-lágrima, rio de espanto tingindo a nossa face.
"Ontem vi um menino chorando. E lhe perguntei:
- Por que choras, minha criança?
Ele me olhou de um jeito grave e me respondeu:
- Meu cãozinho se perdeu na estrada... e eu tenho medo de que ele não saiba mais voltar... que morra de fome... ou que alguém o tenha levado de mim.
Eu disse:
- Não chore. Vamos juntos e acharemos o seu pequeno cachorro.
E ele me perguntou:
- Mas e se não o acharmos?
Eu respondi:
- E se o acharmos?
Ele sorriu, me deu a mão e saímos pela estrada.
Mesmo na noite escura havia se acendido em seus olhos uma estrela de esperança. Naquele momento, era tudo o que importava."