Abismo de amar
Do horizonte há de haver saudade
Da chuva a tempestade
E da saudade a lágrima
O penar sofrido de cada dia.
Quase sempre um sorriso
Quase sempre um lembrar
E quase nunca me esqueço
E me pego a chorar
E quanto maior o sinto
Mais temível me apetece o abismo
Porquanto seria até preferível
Talvez, só talvez não o amar.
Se tal amor me emudece
Desperta aquela dor
Ridiculariza, até me padece.
E chora o meu ser sofredor
A saudade me despedaça
Despetala e me esmaga.
E por não ter você
Até penso
Que não vale a pena viver.