Confissões da dama da noite 1

Não esperei com paciência,
Muito menos no Senhor.
Não clamei e muito menos
Me ouviu o Senhor.

Ah, sinto-me impaciente.
Por que estás abatida, alma.
Por que andas de esquina a
esquina sem nada na mão.

Não para carro nem moto.
A esquina é chacota.
O dinheiro é pobre.
E o homem é idiota.

Quando um me toca
nada de pitoca.
ganho com isso
apenas o suficiente disso.

Anseio por dinheiro
e não o canteiro.
Um sem saber
me convida a beber.

Espero o dinheiro
e não o canteiro
Um sem saber
me beija a doer.

Toca-me o rapaz.
Sinto-me diferente...
O guri é lindo!
Mas nada me bulindo.

O guri quer mais.
Quantia maior me satisfaz.
A noite inteira o rapaz
Aiava sem parar.

Noutro dia, volto a casa
Com a vida sem asa.
Conto a quantia
nada de garantia.

O menino se apaixonou...
E eu, nada me fisgou.
Aliança com a morte
e nada de sorte.

Fico doente...
O menino de branco me atende.
o menino me toca,
mas nada de pitoca.

Passam os dias
bem cuidada fui
o médico me liberou
E o nada me encantou.

O menino de branco
era o guri da noite
recebi flores
e não dores.

apenas sei que um dia
de verdade me apaixonei.
ao guri me entreguei.
E o menino me garantia.

Mudamos para Algarve.
Lá tivemos dois guris.
Tinha eu 35 e ele 25.
Amor assim cantei.
Valmir Silva
Enviado por Valmir Silva em 03/11/2014
Reeditado em 21/11/2014
Código do texto: T5021461
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