"DE REPENTE A LUZ SE APAGOU"
De repente, a luz se apagou. No cárcere circular onde somos vigiados por um severo "dono das chaves" do presídio, que em silêncio aterrador nos observa, um "_Oh..." estarrecido se ouve frente ao inusitado do apagar das luzes.
Nós, que nos constatamos permanentemente vigiados pelos olhos inquisidores do dono das chaves, nos sentimos surpresos e postos
ao léu. Faz-nos falta o olhar que nos olha, sem que o vejamos.
Sabíamos que o dono das chaves nos vigiava, mas nunca o víamos.
A sensação de saber que num momento não éramos vistos nos intrigava. Cá estou eu no canto de minha solitária e também me sinto desvalido, por saber que sem ser vigiado, só tenho a mim mesmo para me julgar e por isso me sinto vulnerável.
(Uma reflexão sobre o "PANÓPTICO" de Jeremy Banthan, à luz do
pensamento de Michel Foucault)